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Pierrôs e piratas do Recife devem ganhar ‘companhia’ de Luiz Gonzaga

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Seja para festa em clubes, seja para brincar na rua, as fantasias fazem parte do carnaval de Pernambuco. Elas estão presentes nas ladeiras de Olinda, na irreverência dos blocos e também nas tradicionais agremiações. Há quem diga que elas são a alma do carnaval. Não é a toa que as lojas já estão repletas de novidades e as costureiras trabalhando a todo vapor para dar conta das encomendas.
No Centro do Recife, há opções para todos os bolsos. As fantasias vão de R$ 15 até R$ 380, segundo o levantamento que o G1 fez. “Bailarina, odalisca e passista são das que eu mais vendo, mas para homem, pirata é todo ano a mais procurada”, conta a comerciante Marluce Pereira, que trabalha em uma das barracas em volta do Mercado de São José.

Pirata é uma das mais pedidas, para crianças
e adultos. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Em uma loja conhecida do centro, a gerente Roseli Assis confirma as fantasias mais vendidas. “Pirata e colombina nunca deixa de vender, são aquelas fantasias que todo ano tem procura, mas nesse ano a tendência é Luiz Gonzaga, já vendemos várias máscaras”, afirma Roseli. O motivo é a homenagem que o tradicional Galo da Madrugada faz ao Rei do Baião, que completaria 100 anos em 2012. “Maria Bonita também está saindo bem”, acrescenta a gerente.
Antenada nas tendências, a dona de casa Kátia Cavalcanti tratou de providenciar uma fantasia para cada dia de folia e não só para ela. “Meu marido e meus netos também se fantasiam. São quatro ciganos, quatro passistas, quatro palhacinhos, além de duas colombinas e dois pierrôs”, diz, animada, Kátia. Para ela, mesmo os amigos tem que se fantasiar. “Eu tenho um estoque de perucas e assessórios em casa. Quem passar por lá nos dias de folia, vai ter que por, pelo menos, um nariz de palhaço”, avisa a dona de casa.

Carla não deixa de se fantasiar um ano sequer.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Também apaixonada por carnaval, a técnica de enfermagem Carla Albuquerque não deixa de se fantasiar um ano se quer. “Fantasia significa alegria, é uma roupa na qual a gente se realiza. A gente tem que se ver na roupa, ser a Mulher Maravilha ou outro personagem naquele momento. É a hora de extravasar, se realizar mesmo”, acredita Carla, que já se vestiu de vampira, passista e várias outras. “Mas a mais bonita de todas foi uma de romana”, lembra a técnica de enfermagem, que adora brincar o carnaval na rua.
E é essa festa de rua que a advogada Lorena Torres não dispensa desde criança. Natural de Pesqueira, a advogada brinca a folia tanto no interior quanto na capital. “A gente vive em um mundo tão corrido, que precisa de um momento para relaxar. O carnaval é a hora de a gente brincar, se libertar. E sem fantasia não tem graça”, defende Lorena, que vai se fantasiar de Pedrita neste ano.

Brilho e colorido se multiplica pela cidade.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
A pensionista Elineide Nascimento é outra das apaixonadas por carnaval de rua, que um mês antes já tem a fantasia pronta. “Olinda é a coisa mais linda que tem no carnaval, você vê aquelas pessoas todas fantasiadas. Não existe nada igual nesse país”, diz apaixonada Elineide, que pretende se vestir de pirata para curtir a folia neste ano.
Acostumado a improvisar as fantasias, neste ano o militar da Aeronáutica Maurício Santos resolveu ir às compras. “Carnaval sem fantasia não tem graça, não é mesmo? Quando eu deixo pra última hora, acabo não comprando, esse ano resolvi adiantar. Pretendo ir para Olinda e para o Galo”, conta Maurício.
Depois de aproveitar muito a folia na rua, a comerciante Celi Marta se tornou mais fã das festas em clubes. Neste ano, ela vai até mesmo participar de um concurso em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife. “Vim escolher minha fantasia logo. É o primeiro ano que concorro, mas minha família todo anos se fantasia inteira”, explica a comerciante.

Para as festas fechadas, Sueli se produz mais.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Não é só a roupa que conta na hora das festas, é a dica da autônoma Sueli Elvira. Além da fantasia de pierrô, ela investiu em uma peruca rosa e um diadema para dar um charme a mais. “Esse ano estou pensando seriamente em ir ao Baile Municipal [organizado pela Prefeitura]. Para o clube e festas fechadas, você tem que se produzir mais, investir nos acessórios”, defende Sueli. Os preços variam bastante. Um chapéu mais simples, tipo cartola, chega a custar R$ 2, enquanto os mais elaborados chegam a R$ 260. O diadema (tiara) vai de R$ 3 até R$ 90.
E como a procura todo ano é grande, uma loja de bolsas no Centro do Recife se transforma nesta época do ano e vende principalmente acessórios e perucas, além de algumas fantasias. “A gente tem ainda as bolsas de festa, mas tempo de carnaval vêm os acessórios. A procura é boa”, explica a vendedora Edinalda Silva, que todos os anos participa da mudança da loja em que trabalha.

Fã de carnaval, Graça mistura prazer e trabalho.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Por falar em mudança, nessa época a vendedora Graça da Silva aproveita para libertar toda a criatividade. Prometendo usar uma fantasia diferente a cada dia, Graça convida as pessoas na rua a entrarem na loja em que trabalha. “Uma das cosias que mais gosto é me fantasiar. E não é só no trabalho. Eu vou para o desfile do Galo da Madrugada e também aproveitar o carnaval de Bezerros. E vai ter muita gente vestida de Lampião, Maria Bonita e Gonzaga, você vai ver só”, avisa Graça.
Se fantasiar é uma forma de mostrar a roupa aos clientes e também de se divertir. “Aqui na loja, cada uma tem as suas fantasias da semana. É bom que a gente já fica no clima de carnaval e folia, sabe?”, acredita a vendedora Leandra Mendonça.
Encomenda
Só que nem todo mundo compra as roupas já prontas. A autônoma Joseana Fortunato é do time daquelas que prefere mandar fazer as fantasias e só comprar os acessórios para compor o visual. “Com a costureira, fica do jeito que a gente quer e certinho no corpo”, explica Joseana. “A chance de você dar de cara com outra igual é bem menor”, concorda a médica Júlia Soares.

Georgia recebe encomendas pro carnaval.
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Não é à toa que em janeiro a costureira Georgia Lima já tenha encomendas. “Eu entreguei nessa semana uma colombina linda”, conta Georgia. Desde os treze anos de idade, a costureira já trabalha no ramo. “Eu fazia 25 fantasias de pierrô, com as costas bordadas em pedraria, fazendo desenho de dragão, borboleta. Eram lindas”, lembra. Só que a mais bonita de todas não foi nenhuma de pierrô. “Fiz uma de toureiro e outra de odalisca que nunca vou esquecer”, afirma.
Nesses muitos anos com a costura, Georgia conta logo qual é a mais procurada, desde que ela era adolescente. “Bailarina foi a fantasia que mais fiz na minha vida. Já fiz muita Jane e índio também”, relembra. Embora alguns pedidos cheguem com antecedência, é nas vésperas do carnaval que a coisa ‘pega fogo’. “Às vezes fico louca nas vésperas e preciso recusar pedidos. Não tenho condições”, explica a costureira, que é fã do frevo. “Tenho medalha de frevo de rua e cora de rainha de frevo de rua no Clube das Emoções, onde danço”, diz orgulhosa.

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